O termo e conceito “Fantasmas no Berço” [Ghosts in the Nursery] foi introduzido por Fraiberg em 1975.
Neste seu texto, Fraiberg veio despertar a atenção para o fenómeno do peso do nosso passado, da nossa infância mais precoce e das vivências que experienciámos nessa fase das nossas vidas, ao longo da nossa vida e particularmente na definição da nossa parentalidade.
O termo refere a forma como os pais trazem para a sua parentalidade aspectos das suas dolorosas experiências de desespero e desamparo da sua infância precoce.
Pais que tenham experienciado negligência ou abuso na sua infância precoce, sem terem processado e resolvido as suas memórias desses tempos têm tendência a transmitir o seu trauma aos seus filhos, através da repetição dos mesmos padrões de abuso e negligência, ou semelhantes.
Este processo tem o nome de transmissão intergeracional do trauma.
Estes fantasmas do passado podem estar presentes desde as fases mais precoces da gravidez, influenciando as representações que os pais fazem dos seus futuros bebés e influenciando desde muito cedo a sua parentalidade.
Nestes casos, a investigação demonstrou que estamos perante maiores probabilidades do bebé vir a desenvolver uma vinculação insegura ou desorganizada, com todas as consequências nefastas que esse tipo de vinculação acarreta.
Por seu lado, foi provado que uma parentalidade responsiva promove um positivo desenvolvimento psicossocial dos bebés.
Este vídeo que trago hoje, fala-nos das implicações que a exposição à violência doméstica tem no desenvolvimento das crianças ao longo de toda a sua vida.
Fala-nos da importância de tomarmos consciência e trabalharmos os nossos próprios fantasmas antes de sermos pais ou durante as fases mais precoces da nossa parentalidade, para que os nossos filhos possam receber o melhor de nós e não as nossas sombras!
Obter ajuda profissional para trabalhar estes assuntos ainda durante a gravidez é um dos melhores presentes que podemos oferecer aos nossos filhos para toda a vida!
O vídeo é longo, mas vale bem a pena ser visualizado.
Até breve!
Alexandra Pinto
Psicóloga Clínica
Doutorada em Psicologia do Desenvolvimento